Ana Maria Braga

Ana Maria Braga Maffei

¤ 01/04/1949 –  † 23/03/2010
Papagaio-de-pirata do Louro José

Epitáfio: ” O dinheiro que temos é o instrumento da liberdade;
aquele de que andamos atrás é o da servidão“
(Jean Jacques Rousseau)

Alguns programas e alguns apresentadores em especial, parecem querer nos afrontar dada a sua insistência em permanecer no ar, mesmo quando são solenemente ignorados até pelo próprio público alvo, que no caso do Mais Você é aquela parcela de telespectadores que acorda cedo pra ficar sem nada pra fazer a manhã toda: ou seja, quase ninguém.

E num desmoralizante concurso por uma audiência fantasma, Dona Ana Maria NÃO ganha uma! Não adianta superproduzir, copiar realities de gastronomia, fazer o louro voar, mudar equipe de produção, contar piada, jogar bolo na cara da Xuxa (que aliás já foi enterrada aqui), plantar bananeira, fantasiar-se de Madonna… tudo inútil, literalmente. Perde pro Chaves, pra Maísa, pra qualquer múmia que cisme abrir a boca naquele horário.

Dona Ana Maria, no próximo Dia da Mentira , adquirirá seu diploma de celebridade sexagenária. Sua carreira, se não relevante, ao menos extensa, já foi mais do que suficiente para que conseguisse uma vida confortável na maturidade.

No entanto, a vaidade doentia não permite que se poupe de episódios humilhantes certamente arquitetados por estagiários ou desafetos vingativos dentre sua própria equipe.  O desejo irracional de eternizar-se a mantém ocupando um espaço reservado a quem precisa mostrar serviço suportando todo o tipo de desmoralização para, quem sabe, afirmar-se no meio.

Depois de um certo ponto da carreira, passar pelo que Ana tem passado, é um desgaste inútil e desnecessário. Se havia algo o que mostrar, o que conquistar, certamente já ficou pra trás. O melhor agora é apanhar o boné e retirar-se estrategicamente pela direita.

É um mistério o que move pessoas como ela rumo à autodestruição. Televisão, ao contrário do que a ‘geral’ pensa, é um ramo sujo onde o jogo é muito, muito bruto e é preciso ser quase um super-humano para não sucumbir às enormes pressões. Às vezes, para sobreviver a esse ambiente insalubre, paga-se com a própria saúde.

Existem formas e formas de envelhecer mas a dona do Louro José parece ter optado pela pior, aquela que a transformara numa figura patética, se é que já não lhe atribuíra este estigma antes, nos últimos instantes de sua existência terrena.

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