Daniella Cicarelli

Daniela Cicarelli Lemos

¤ 06/11/1978 –  † 05/04/2010
A Injustiçada

Epitáfio: “O casamento deve combater incessantemente
um monstro que devora tudo: o hábito” (Honoré de Balzac)

Se ‘atitude positiva’ significa a negação das mais evidentes características das celebridades aqui já sepultadas e daquelas que – Deus permitindo e os advogados garantindo – ainda serão sepultadas, faço desta postagem um gesto de boa vontade e uma doação aos críticos desta iniciativa.

A auto-declarada ‘supercatólica’ Daniela Cicarelli é, antes de mais nada, uma moça recatada e de gestos contidos, daí que não se entende todo o falso moralismo da mídia que a persegue injusta e sistematicamente.

A publicidade em torno do seu namoro com o empresário Hélio Laniado enquanto ainda era casada com o engenheiro Luís Augusto Milano, não passou de histeria das revistas de fofocas. Para não constranger Hélio, nossa amiga teve o cuidado cristão de notificá-lo do fim do casamento nas páginas da Contigo, desconfigurando assim, o pecado definitivo do adultério.

Ao expulsar a pontapés Caroline Bittencourt – namorada do Judas parlapatão Álvaro Garnero –  da festa em comemoração ao seu casamento com Ronaldo Nazário, Daniella apenas exerceu um sagrado direito. Ora, se um dispendioso casamento dos sonhos no Castelo de Chantilly não a qualifica para protagonizar um barraco de proporções bíblicas e subjugar a quem quer que fosse na ocasião, o quê afinal a qualificaria?

É de direito e está perdoada!

A ex-modelo mineira foi massacrada por ‘pedir a conta’ apenas três meses após contrair matrimônio com o Fenômeno. Depois, foi injustamente condenada à fogueira como a causadora do estado emocional que levaria o deprimido boleiro a entregar-se ao submundo das drogas e travestis da Boca-do-Lixo, como se isso não fosse praxe no purgatório futebolístico.

Em junho de 2006, a má vontade da mídia sensacionalista mais uma vez evidenciou-se no caso da divulgação de uma gravação onde foi flagrada em momentos de grande intimidade (adoro eufemismos) com seu namorado à época, o capitalista Renato Malzoni, numa praia de um balneário espanhol.

Daniella, acossada e desesperada para defender a santa imagem ofendida, não encontrou forma outra senão exigir que o evidentemente milionário Malzoni movesse, na justiça dos homens, uma ação contra o Google, conseguindo assim que o vídeo fosse retirado do ar e com ele por algumas horas, o acesso ao site que justifica todo o investimento federal na inclusão digital – o Youtube.

Ora, uma decisão muito justa! Afinal, não foi para ser filmada e sim por interesses muito religiosos que a moça se deixou sodomizar em público.

Entendamos então, e de uma vez por todas, que o fracasso de TODOS os seus projetos deve-se tão somente a esse contínuo vilipêndio de sua figura pública, patrocinado pela ralé pagã dos meios de comunicação, e nunca à estapafúrdia tese de que seu maior inimigo é a falta de atributos menos subjetivos que o da beleza.

Vítima do pedantismo leproso de Otávio Mesquita e da acessória competência da Band em investir em formatos falidos, como mais uma vez evidenciado no caso do invisível Zero Bala, Cicarelli pereceu por razão exclusiva desse desamparo da compreensão do público e da crítica que para ela sempre apontou os dedos lambuzados de imoralidades e valores corrompidos.

Eis que, por obrigação de ofício, sepulto essa criatura que nesse mundo purgou tantos pecados que nunca cometeu.

Santa, Santa, Santa!