Restart

Pedro Gabriel Lanza Reis

¤ 14/04/1992 –  † 03/09/2010
O Pe Lanza.

Pedro Lucas Munhoz

¤ 14/01/1990 –  † 03/09/2010
O Pe Lu.

Lucas Henrique Kobayashi de Oliveira

¤ 04/04/1992 –  † 03/09/2010
O Koba.

Thomas Alexander Machado D’Avilla

¤ 28/08/1992 –  † 03/09/2010
O Thominhas.

Epitáfio: “A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista;
a inteligência coloca-se na retaguarda para ver”

(Bertrand Russell)

Por inacreditável que pareça, esses novos insípidos astros não vieram diretamente da revista de histórias em quadrinhos para a qual foram concebidos de forma a atender um exército voluntário de anoréxicos culturais que, por conta da própria anemia, são incapazes de absorver produtos de maior substância.

Fizeram antes uma escala na Internet, fértil incubadora de oito em cada dez porcarias que atualmente se vê, se lê e se ouve e que são, em si próprias, o termômetro do descalabro vigente.

O risco de se escrever sobre bandinhas instantâneas como essa é o de que seu ciclo chegue ao fim antes mesmo que se possa pensar um artigo a seu respeito. Mas como os posts aqui publicados são uma reflexão em retrospectiva, não corro o risco de ver o trabalho desperdiçado por não tê-lo concluído dentro deste prazo de cinco minutos de fama que ainda restam ao quarteto bisonho.

Ao dissecá-los fui obrigado a fazer um update de meus conceitos sobre bandas e artistas chinfrins e se vi alguma coisa de excepcional nesses Teletubbies piorados foi a sua imensa capacidade de rebaixar ainda mais o gênero das ‘bandas modinha’ que, aliás, nunca parece atingir uma profundidade definitiva – sempre parece haver alguém disposto a explorar novas fronteiras do ridículo.

Se o próprio Movimento ‘Emo’ (se é que isso existe) já me parece uma reação (e punição) à negligência dos pais na educação de suas estimadas crias, seus derivados – como é o caso dos filhos bastardos de Austin Powers em pauta – avançam radicalmente em direção à crueldade da definitiva humilhação de todo o núcleo familiar.

Imagino o desgosto dos pais que, ao criar filhas com todo aquele amor e compreensão que uma miríade de badulaques pode suprir, das roupinhas cor-de-rosa ao estojo de ‘make-up’, deparam-se com vídeos onde suas ‘princesas’ vomitam, num veículo de alcance global, todas as suas frustrações e idéias confusas em defesa do… Restart!?

No entanto, minha imaginação não consegue conceber o sofrimento elevado a uma potência de três casas da hipótese acima referir-se a um filho. Fim dos tempos ou o pesadelo ainda pode piorar?

Associar Restart ao conceito de ‘banda’ é o mesmo que rebaixar, automaticamente, todos os outros grupos musicais, de ontem e de hoje que tem (ou tiveram) algum compromisso com o ato de fazer música e transmitir uma mensagem, por irrelevante que seja.

Isso apenas não ocorre por que os tais meninos nem conseguiram formar uma banda. São, na verdade, apenas a mais perfeita síntese da palavra ‘embromação’ em pleno reinado da mediocridade dos Luans, Sangalos e Pânicos da vida.

Essas coloridas sombras de existência são, ao mesmo tempo, vítimas e efeito colateral desse sistema que a tudo transforma em produto e a todos converte em mercado, sem esperar o amadurecimento nem de um, nem de outro.

Até o presente momento, trouxeram à luz apenas um material que, de tão pobre, não chega a ser mais do mesmo. Por isso, não é difícil prever que estarão certamente exauridos antes até de apresentar algum conteúdo mínimo, se é que toda a existência humana assim também não se exauriria aguardando por este milagre que não ocorrerá.

As fãs da bandinha certamente argumentarão que Restart não é um produto para mim, e que por isso, seu conceito escapa à minha compreensão. Eu iria além neste mesmo raciocíonio: num mundo perfeito não seria produto para NINGUÉM.

Eis então que este sepultamento se impõe como um abrupto GAME OVER à carreira deste grupo, que em minha humilde opinião, não teve sequer START.

Material Relacionado:
Comunicado oficial nº 40/2010
Papel de parede Restart do Além
Pe Lu e Pe Lanza prestam homenagem ao coveiro
Restart: Caras e bocas


492 Respostas para “Restart

Atire uma pá de cal (comente!)