Dado Dolabella

Carlos Eduardo Bouças Dolabella Filho

¤ 20/07/1980 – † 28/10/2010 Pacifista

Epitáfio: “Tu, pessoa nefasta/Vê se afasta teu mal/
Teu astral que se arrasta tão baixo/No chão”
(Gilberto Gil)

Produto moldado na série que há 15 anos tem sido o buraco negro de onde escapam personagens cuja presunção não cabe em nossa realidade dimensional – a hermética Malhação – Dado Dolabella é um personagem de si mesmo que já nasceu sob o signo da canastrice que transcende parâmetros.

Filho do falecido ator Carlos Alberto Dolabella e da atriz Pepita Rodrigues, criou-se no seio do permissivo alto clero da Rede Globo para se tornar, nos primeiros anos de sua carreira, um eficiente evangelizador da filosofia “Leite com Pêra” que, aliás, encontra importante amparo no provincianismo da classe média branca encastelada nos Leblons da vida.

Apesar de sua audácia em vilipendiar a profissão dos pais e ainda definir-se como cantor apoiado sobre o despautério gramatical do seu hit “Vem Ni Mim”, ainda não conseguiu sequer fazer jus ao rótulo de figura infame que lhe fora definitivamente atribuído por sua atuação na primeira edição de “A Fazenda”.

Os nervos de aço, forjados na rotina de patifarias e escândalos de sua vida pregressa, revelaram-se como o equipamento diferencial que lhe propiciou larga vantagem nos embates contra os demais participantes e que, por fim, o sagrou vencedor daquela edição do ignominioso reality show cujo formato só prospera neste tempo e espaço em que não ser um débil mental, ou não agir como tal, é comportamento deselegante e quase anômalo.

Com o caráter irremediavelmente deformado pelas noções irreais de mundo adquiridas nos únicos volumes que leu ao longo de seus 30 anos de vida – ou seja, scripts de novelas – só é capaz de chamar a atenção sobre si pela notória truculência com que desconta em suas mulheres todas as suas frustrações de sujeitinho improfícuo. Sua propensão à violência o manteve a salvo do completo anonimato por transformá-lo em figura fácil na imprensa de terceiro escalão mas também já lhe rendeu uma condenação por espancar – “sem a intenção de machucar” – a ex-namorada e atriz de marzipã Luana Piovani.

Mas o fracasso de sua vida pessoal não seria completo se seu casamento com Viviane Sarahyba, mãe de um de seus filhos, não tivesse também se transformado em caso de polícia. A publicitária pediu o divórcio após atingir a marca recorde de pouco mais de dez meses de convívio com Dolabella, e, por esta época, compareceu ao plantão policial para denunciar que o marido, talvez no intuito de aliviar-se da saudade dos tempos em que praticava um elegante boxe em La Piovani, insistia em desferir-lhe golpes em plena intimidade do lar.

Bem que se poderia omitir a sortida lista de famosas que nos divertiriam, de certo, com ricos detalhes de alcova daqueles tempos em que a baixa auto-estima lhes propiciou o constrangimento de posarem, cada uma a seu tempo, como a “namoradinha da estação” de Dadinho.

No entanto, é consenso que ninguém que se preste à semelhante serviço está dispensado do vexame de ser eternamente lembrado do momento de fragilidade emocional vivido, mesmo que devidamente justificado por avaliação de doutor psiquiatra, e por isso, cumpro aqui meu dever cívico de relacioná-las na lista que segue: Wanessa Camargo, única dentre elas a admitir publicamente o antigo namoro (o que de forma alguma testemunha a seu favor no julgamento do próprio desleixo); Deborah Secco, que nos entreteria mais tarde com exibições da pomposa galhada a quem o boleiro Roger Flores se esmerou em infligir; Danielle Winits, que até o momento da publicação deste artigo continuava a descer os degraus de sua dignidade ao lado de um subterrâneo Jonatas Faro; Maria Paula, a “Casseta” que presenteou o marido, João Suplicy, com o divórcio após ele ter seu “Brothers” sumariamente eliminado da programação da Rede TV! e; a lendária Adriane Galisteu, cujo currículo a dispensa de maiores apresentações.

Esses controvertidos arquétipos femininos misturados à imagem da mãe superprotetora, Pepita, que se revela como verdadeiro estudo de caso ao intervir em defesa do filhote com seus comoventes solilóquios denunciadores de um grave quadro de alienação, o tornaram convicto de que a mulher é um ser de segunda classe, conceito que faz questão de propagar em seu modus operandi.

Com uma ficha corrida que, além da já mencionada violência doméstica, inclui também passagens por dirigir sobre a influência de álcool e porte de drogas, Dado acabou por abusar de seu direito de bancar o cretino ao defender a legalização das drogas num programa de alcance nacional, não tanto pelo mérito da questão, mas pela sua abordagem canhestra do assunto. No claro objetivo de justificar sua conduta reprovável em todas as esferas do convívio civilizado, atentou contra a razão em vários momentos de uma argumentação rudimentar que se perdeu definitivamente na viagem sem volta de tentar alinhar a realidade social do país lindo e trigueiro à da Holanda, falta que por si somente já o desqualifica do debate de quaisquer assuntos que envolvam outras existências que não a dele mesmo (seres unicelulares aí incluídos).

Por fim, Dado ignora ou finge ignorar – e não se sabe ao certo se por cinismo, completa falta de contato com o mundo real ou uma miscelânea de características ligadas à falta de caráter na qual os motivos anteriores também estão contidos – que suas atitudes o promoveram a pior defensor imaginável de todas as bandeiras que empunha e causas que abraça.

Sobretudo as próprias.

Material Relacionado: Comunicado oficial 42/2010

80 Respostas para “Dado Dolabella

  1. Esse coitado pensa que é pitboy, mas na verdade é uma lassie carente. Viveu sempre à sombra do pai, Carlos Eduardo Dolabella (que a morte ja abraçou há tempos), mas sozinho, é um fracasso como ator e cantor. Nem é tão galã assim. Barraco pra mulher é ridiculo, mas pra homem é demais . Queria ver ele competir essa macheza toda com o pessoal do mundo inferior. Coveirinho, vc ta devendo novos sepultamentos. Quando será a vez do Datena, da Maria do BBBosta, toda a corja do Panico, Mulher Melancia, Mr. Catra e funkeiros diversos e tantos outros que ainda resistem em aceitar seu destino eterno ?

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  2. Ótimo estudo sociológico. Detalhe para o rol ‘mulher de malandro’ de criaturas que por motivos que só a neurociência pode explicar estiveram sob a batuta deste exemplar “eficiente evangelizador da filosofia “Leite com Pêra” …impagável. É a escola Alexandre Frota outrora menosprezada por nós, incautos e permissivos consumidores da mídia, mas que tem feito estragos lastimáveis.

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    • Sabe, professor?
      Há dias em que acordo e em minhas mais profundas questões me pergunto o quê diabos estou esperando para finalmente sepultar Luana Piovanni!
      Em sua categoria o páreo é duro: ela, Carolina Dieckmann, Camila Pitanga e Deborah Secco…

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  3. garota escrota sem talento nenhum so tá na midia por causa do papai,ai coveiro uma boa pra ser a proxima daniele winits !

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  4. Esse Dado é uma vergonha até para os pit boyzinhos…uma coisa que nem merece atenção nem comentários, mas o texto acima já esclarece o teor da criatura para quem não o conhecem….um carinha que já nasceu derrotado e morto.

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  5. Venho aqui informar o que ainda não foi dito: o motivo da morte…
    Depois de ir para trás das grades por consequência de seus atos que infringiram a lei Maria da Penha (conforme foto acima), o “galã” de putêro foi violentado por todos os presos da cela, um a um , num grande frenesi de detentos que estavam a mui tempo na seca.
    Foi encaminhado ao pronto socorro mais próximo, mas não resistiu a hemorragia na porta dos fundos…

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  6. É mesmo. Ficou bom com neve. Mesmo que a gente se sufoque quase nos 40°, mas aí podemos considerar calor humano. Cris, não consegui acessar mais o top blog. Só dá erro de página. Quis botar meus palpites lá e num deu. Cê conseguiu?

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  7. Querido amigo Coveirinho, venho por meio destas mal traçadas linhas deselhar-lhe boas festas e muitas felicidades.

    Quanto ao falecido Dado, disseste tudo. De resto, é só rir ou chorar.

    Um abraço.

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Atire uma pá de cal (comente!)