Jô Soares

José Eugênio Soares

¤ 16/01/1938 –  † 01/02/2010
Cover Oficial do David Letterman no Brasil

Epitáfio: É uma infelicidade da época que os doidos guiem os cegos
(William Shakespeare)

Numa eventual Olimpíada de Chatos, Jô Soares carregaria a tocha e acenderia a pira. E se deixassem, ainda faria o show de abertura tocando bongô com o seu Sexteto. Quem aguenta?

Acho que Jô Soares tem todo o direito de querer disputar a  fatia da atenção dos mais distraídos (ou mais metidos a besta) do plantão da madrugada. O que não dá pra concordar é que ele atrapalhe os que querem assistir ao Intercine. Particularmente, sou um aficionado por reprises de filmes velhos e irrita-me profundamente o fato de ter de esperar o programa do gordão acabar pra curtir ‘A vingança dos Nerds’, ‘Despedida de Solteiro’, ‘Um Tira da Pesada I’ ou o que mais o insano e insone público decidir.

Aliás, o Intercine é prova cabal de que o público da madrugada sofre de baixa auto-estima: entre ‘Mad Max 2’ (o melhor da trilogia) e ‘William, o Príncipe Rebelde’ (a história ‘comovente’ do filho mais velho de Lady Di), os caras escolheriam a segunda opção. Acho que tem quem  ligue só pra sacanear e escolher o pior dos dois. Confesso que uma vez  fiz isso e fui dormir o sono dos justos.

Mas voltando ao ‘Sô’ Jô -como diz o capacho particular do gordo, Alex- é o fim da picada ter de aguentar, depois de um dia insano, as mesmas insanidades cotidianas replicadas e mastigadas porcamente pela visão de uma ‘persona’ inflada que pouco mais faz do que humilhar funcionários, platéia e convidados enquanto banca o diplomata.

O que me deixa mais cabreiro é que quase tudo, do que culturalmente acontece entre a ponte Rio-Sampa, parece estar fadado ao fracasso se antes o projeto não receber o carimbo ‘Passou no Programa do Jô’. Sem falar no desserviço ao resto do país, dado que todos os convidados, fora do eixão, são figuras folclóricas no pior sentido da palavra (apesar dos convidados do próprio eixão serem, naturalmente, figuras não muito melhores) .

E daí é aquela patifaria, né? Três convidados por programa: o mais insignificante ou mentalmente prejudicado primeiro, depois o jabá com algum artistinha do cast da Globo e por último, o mais potencialmente entediante, que é pro telespectador só se dar conta do engodo quando for tarde demais.

Com um relevante currículo no passado, a partir da segunda metade do anos oitenta Jô Soares encontrou um caminho tortuoso para sobreviver na televisão dentro desse esquema que lhe dá uma encardida aura de sumidade. O que nem os seus fãs (e talvez nem ele) percebem é que ser campeão da empáfia, num horário onde as expectativas são tão baixas, não  é exatamente algo de que possa se gabar, além de ser uma vexatória agonia final.

Triste fim.


56 Respostas para “Jô Soares

  1. Seria digno que você, autor de todas essas baboseiras, fizesse uma postagem sobre o seu blog, ou melhor sobre você, pois o que transcende nessa sua vontade de escrever, são apenas “dores de cotovelo”. Se poupe mais, vai convidar uma mulher para sair contigo, eu acho que é bem isso que está acontecendo. – Ah, não tenho nada pra fazer, vou escrever abobrinhas para outras larozes abomináveis, iguais a mim.” – antes você fosse pra debaixo da terra do que ele ou quaisquer que seja a vítima que você queira que vá , e/ou atire essas palavras medíocres e azarentas, seu mané.

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  2. Três notórios mandamentos do SuperEgoStar Jô Soares.
    – Humilhar o entrevistado.
    – Não conhecer sobre o assunto mas fazer de contas que é Doutor na conversa.
    – Contar piadas sem graça.
    De resto digo para o Jô;
    ” Rest in Peace “

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Atire uma pá de cal (comente!)