Íris Abravanel

¤ ??/??/1949 a.C. –  † 01/03/2010
Dona dos outros 50% do Baú

Epitáfio: “O amor a uma pessoa deve incluir os corvos de seu telhado”
(Provérbio Chinês)

Imagine uma lista das 100.000 coisas que você, enquanto esposa de um dos homens mais ricos do país (senão do Mundo), gostaria de fazer antes de morrer. Não preciso ser um oráculo para adivinhar que em nenhuma lista das pessoas que já leram este post ou que ainda o lerão até o ano 3000, havia ou haverá o item ‘escrevinhar novelas’.

E é assim: se Íris Abravanel é um fenômeno, o é pelo simples fato de ter encontrado, entre milhões de coisas que poderia fazer enquanto milionária, a mais desnecessária e irrelevante (do ponto de vista da demanda do público) que se poderia conceber.

Nem se pode afirmar que os objetivos de Íris, enquanto escritora de folhetins, tem fundo em algum sentimento correlato à vaidade exagerada uma vez que está cientificamente comprovado que o sucesso é uma sólida impossibilidade de qualquer projeto da emissora do ‘Seo’ Silvio.

Ter uma novela produzida nos porões do SBT já não é um bom sintoma de competência criativa, mas ter uma novela produzida na emissora da própria família depõe, de saída, contra a capacidade de qualquer um que se meta a escriba.

Confesso que assisti a vários capítulos de ‘Revelação’. Deixo claro que anotei o nome de todos os seus patrocinadores para me lembrar de boicotar seus produtos em minhas compras e investimentos. Pois bem, ao assistir o dramalhão diário, sinceramente, meu sentimento variava do constrangimento pelas pífias atuações de seu elenco a satisfação de reforçar muito os meus conhecimentos sobre como NÃO produzir conteúdo televisivo. Interessados em consultorias e palestras podem me contatar.

Como não esquecer da songa-monga Vicky (Tainá Muller), esposa-esparro do mau-caráter Fausto, encarnado pelo mau-encarado Marcelo Saback? O que se dizer sobre a atuação de Sérgio Abreu, no papel que deveria arrancar suspiros do público feminino, mas que só fez desenganar as moças que ainda tinham esperanças em relacionamentos heterossexuais? E de Renata Ricci, como a anticlimática namoradinha Nina? E do sofrimento de Flávio Galvão, na inútil luta para tentar salvar alguma coisa de sua agonizante carreira, no papel do prefeito atormentado?

Como avaliar uma direção que em dado momento parecia ter abandonado o elenco à própria incompetência? E que nota dar a equipe técnica que simplesmente não conseguia juntar duas cadeiras iguais a uma mesma mesa de jantar?

Não bastasse o colossal equívoco que foi ‘Revelação’ da concepção ao arremate, a Sra. Abravanel, apartada de seus deveres comezinhos de madama cheia da bufunfa, já aponta a direção de uma nova hecatombe: ‘Uma Rosa Com Amor’ deverá sepultar a carreira dos atores e atrizes que sobreviveram a ‘Revelação’ e ‘Vende-se Um Véu De Noiva’. A lista dos condenados pode ser encontrada no site da emissora.

Sinistras nuvens negras no céu… sinal de que haverá muito trabalho para este singelo coveiro de celebridades.